Qual o melhor tratamento para o câncer?

Qual o melhor tratamento para o câncer?

Qual o melhor tratamento para o Câncer?

Esta é uma pergunta muito importante, porém a resposta é: depende ! Os últimos 50 anos representam um período histórico no manejo do câncer de mama. Um período em que velhos dogmas foram superados, sendo substituídos por  tratamentos mais personalizados. Isso transformou a doença, antes mutilante, após cirurgia radical extensiva, com recorrência e morte frequentes, para uma em que as pacientes decidem regularmente seu tratamento local, muitas vezes mínimo, e recebem terapias para o corpo que são cada vez mais efetivas e dirigidas, com altos índices de cura.
Tratamento Cirúrgico
A cirurgia do câncer de mama foi transformada após entendimento da biologia dos tumores e melhor  compreensão da apresentação clínica da doença. Estudos iniciados na década de 1970 evidenciaram que a cirurgia conservadora da mama (conhecida popularmente como quadrante) era o tratamento preferencial para a grande maioria das mulheres com tumores iniciais. A taxa de conservação da mama tornou-se um símbolo indicador de qualidade dos grandes centros que tratavam de câncer do mundo, sendo hoje a cirurgia mais realizada no planeta para a doença. A biopsia do linfonodo sentinela foi também um grande avanço para a cirurgia mamária, reduzindo os efeitos colaterais do tratamento da axila das mulheres. Atualmente, o esvaziamento axilar completo deve ser exceção na abordagem da mama. O uso de quimioterapia antes da cirurgia é outra ferramenta para otimizar o tratamento local, melhorando a qualidade da cirurgia, como também reduzindo as chances de comprometimento da axila.Mais Mastectomias

Mais recentemente, houve um aumento das mastectomias (retirada da mama), especialmente após uso de exames, como testes genéticos, mas também por fatores culturais, assim como devido a uma melhora substancial das técnicas de reconstrução mamária. No futuro, o desenvolvimento de regimes de quimioterapia mais ativas e novas técnicas de imagem poderão levar a uma maior individualização do tratamento, incluindo a possibilidade de evitar um tratamento cirúrgico.

Quimioterapia

A quimioterapia chegou tardiamente no tratamento da doença. Diversas drogas foram testados a partir de 1960 e que, apenas na década de 1980, esta modalidade se tornou uma opção real para as pacientes, pois, até então, a única opção factível era o tratamento cirúrgico. Diversos agentes foram sendo paulatinamente adicionados ao arsenal. O tratamento quimioterápico como conhecemos hoje só se tornou disponível de fato nos anos de 1990. Porém, esta terapia não é isenta de efeitos colaterais. Tais drogas atacam, indistintamente, todas as células do corpo com maior potencial de multiplicação, ocasionando efeitos indesejados como queda de cabelo, por exemplo. Drogas mais inteligentes (seletivas) precisam ser desenvolvidas para o futuro.

Terapia Alvo

A descoberta dos receptores hormonais foi um marco para o tratamento do câncer. O tamoxifeno foi a primeira droga alvo no tratamento do câncer de mama. A ação dele visa bloquear células que possuem esses receptores. Cerca de 40 anos depois, essa droga continua sendo usada, inclusive como opção preventiva para o câncer. A idéia serviu de incentivo à pesquisa de outros marcadores nas células. No final da década de 1980, um gene conhecido por HER 2 foi identificado como marcador de pior prognóstico para as mulheres com câncer de mama. Entretanto, um anticorpo foi desenvolvido para esse alvo e, no ano de 1998, um estudo evidenciou uma melhora sem precedentes na historia da doença dessas mulheres. Atualmente, é mandatória a pesquisa deste alvo nas mulheres com câncer de mama, visto que sua expressão estará presente em até 15 a 20% dos casos. Inúmeros outros anticorpos foram e continuam a ser desenvolvidos. Outros alvos estão sendo testados.

Genética

Avanços no campo genético-molecular levaram à identificação de vários subtipos moleculares do câncer de mama. Hoje, sabe-se que cada subtipo é uma entidade única, com diferentes comportamentos clínicos, chance de metástases distintas e suscetibilidade variáveis aos agentes disponíveis. Tal tecnologia de identificação da expressão gênica tem se tornado menos caro, mas a grande maioria das pacientes ainda não têm acesso.

Muitos desafios

No século passado, inúmeros avanços mudaram a historia do câncer de mama, melhorando a mortalidade e minimizando efeitos colaterais através da aplicação da ciência na pratica diária dos profissionais. Embora o progresso tenha sido substancial, ainda existem muitos desafios. Precisamos atacar determinados subtipos de câncer que não tem resposta satisfatória. Temos que melhorar e entender melhor os mecanismos de resistência ao tratamento, cronificando a doença. Mas acima de tudo, temos que popularizar o tratamento. Precisamos entregar toda essa tecnologia adquirida a uma parte da população que não tem acesso completo.

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