Um pouco mais sobre os tipos de câncer de mama.

Um pouco mais sobre os tipos de câncer de mama

Tipos Histológicos de Câncer de Mama

Definido através da microscopia convencional, avalia a morfologia, ou seja, a aparência do câncer, como a formação de estruturas similares ou não ao tecido mamário normal, assim como a aparência das células e mitoses (duplicação).

  1. Carcinoma Ductal Invasivo, ou Invasor sem outras especificações (SOE) – É o principal tipo de câncer. Origina-se dos ductos mamários, sendo classificado, pela morfologia (aparência), em graus (1, 2 ou 3). O grau I é, em geral, mais relacionado a tumores menos agressivos, os chamados luminais (respondedores a hormonioterapia) enquanto o grau III em doença de crescimento mais rápido (responsivos em geral a terapia quimioterápica).
  2. Carcinoma Lobular Invasivo – É o segundo tipo mais frequente. O tipo clássico é o mais comum, sendo mais responsivo ao tratamento hormonal. Normalmente, o carcinoma lobular invasivo não apresenta boa resposta a quimioterapia.
  3. Carcinoma Tubular da Mama – É um subtipo do carcinoma ductal invasivo. Tende a ser menos agressivo, sendo considerado de bom prognóstico. Normalmente tratado com cirurgia e hormonioterapia.
  4. Carcinoma Medular – É um subtipo incomum de carcinoma ductal invasivo, sendo mais comum em mulheres com mutação do BRCA1. Apesar de sua morfologia (aparência) agressiva, tem comportamento mais indolente.
  5. Carcinoma Mucinoso – Também chamado de carcinoma colóide, é uma forma incomum de carcinoma ductal invasivo. É um tipo menos agressivo de câncer.
  6. Carcinoma Papilífero – Forma rara de câncer de mama, mais comum em mulheres após a menopausa. Normalmente grau 2, geralmente acompanhado de carcinoma ductal in situ (CDIS).
  7. Carcinoma Inflamatório – Tipo incomum e agressivo de carcinoma ductal invasivo. Tende a crescer rápido, com sintomas aparecendo em poucos dias. Pele de aspecto avermelhado, associado a edema (inchaço) em boa parte da mama costuma ser característico. Embora de prognóstico pior, o tratamento avançou comparado ao passado, normalmente com quimioterapia antes da cirurgia e radioterapia após.

Subtipos Moleculares do Câncer de Mama

Definido através da imunohistoquímica, ou através de assinaturas genômicas, avalia o comportamento biológico dos tumores. Trata-se de um entendimento mais atual para decisão das terapias necessárias (quimioterapia, hormonioterapia e terapias alvo).

  1. Luminal – Tipo de câncer que expressa receptores hormonais em suas células, sendo divididos em A (quando apresentam menor proliferação celular pelo marcador Ki67) ou B (maior proliferação celular pelo Ki67). Normalmente respondem a hormonioterapia. Alguns casos são tratados também com quimioterapia: assinaturas genômicas podem auxiliar nesta decisão.
  2. HER2 – Tipo de tumor que superexpressa a molécula HER2 em sua membrana. Apesar de comportamento agressivo, costuma responder muito bem a quimioterapia e a terapia alvo anti-HER2 (trastuzumab e pertuzumab). Podem expressar ou não receptores hormonais. A grande maioria destes tumores farão quimioterapia e terapia alvo.
  3. Triplo negativo –  É um tipo de câncer que não expressa receptores hormonais ou HER2. É um subtipo heterogêneo, contendo doença basal-like (mais associada a mutação BRCA1) até doença que pode expressar receptor de androgênio. Em boa parte dos casos respondem bem q quimioterapia. A avaliação oncogenética deve ser considerada para orientar terapia e a família.

Carcinoma In Situ

É um tipo de câncer não invasivo, pois não se “espalha” além dos ductos mamários, ou seja, não afeta vasos sanguíneos ou linfáticos que cercam os ductos. O CDIS, em geral, não é uma doença com risco de vida, mas aumenta a chance de desenvolver câncer invasivo na mama no futuro. A maioria das recorrências locais ocorrem nos primeiros 5 a 10 anos após o diagnóstico. Em geral, o CDIS de baixo grau tem menor risco de recorrência quando comparado ao alto grau.

Tratamento do Carcinoma Ductal In Situ (CDIS) – saiba mais

O tratamento consiste, na maioria dos casos, em cirurgia com margem mínima de segurança associada a radioterapia: a chamada cirurgia conservadora da mama. Em algumas situações, a radioterapia pode ser omitida (como no CDIS de baixo grau em mulheres idosas, por exemplo). A mastectomia pode ser recomendada em alguns casos, especialmente naqueles onde há disseminação ductal da doença, mais de uma área de CDIS na mama, risco familiar ou genético associado. Neste caso, a reconstrução imediata deve ser considerada. A hormonioterapia pode ser usada nos casos que expressam receptor hormonal, com o intuito de reduzir recorrência local, porém a quimioterapia não é recomendada pois o CDIS não é invasivo em sua forma pura, portanto não é necessário tratar células circulantes que poderiam ter viajado pelo corpo.

Carcinoma Lobular In Situ (CLIS)

Trata-se de uma proliferação celular atípica dentro dos lóbulos mamários, que são as unidades da mama que produzem o leite. Apesar da palavra “carcinoma”, o CLIS não é verdadeiramente um câncer. Por essa razão, muitos experts preferem o termo Neoplasia Lobular. O CLIS não é uma alteração comum e normalmente não causa sintomas, tendendo a não aparecer em mamografias, sendo encontrado, na maioria das vezes, em biópsias recomendadas por outras razões. As mulheres com CLIS são consideradas de risco elevado para câncer de mama, sendo este risco variável e difícil de mensurar, variando entre 20 e 40% na literatura. Outros fatores de risco devem ser levados em consideração para definir estratégias redutoras de risco.

Tratamento Carcinoma Lobular In Situ (CLIS) – Saiba mais

O CLIS puro não requer tratamento específico, como cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. A biópsia com cirurgia é realizada para descartar concomitância de câncer. Opções para reduzir risco futuro devem ser consideradas e variam desde o seguimento mais rigoroso (exame clínico e mamografias anuais associados ou não com ressonância magnética pode ser uma opção), passando por redução de risco através de medicamentos (quimioprofilaxia) ou até mastectomia redutora de risco, também chamada mastectomia profilática. A escolha da estratégia dependerá da individualização de cada caso e do desejo da paciente.

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