Toda vez que entramos em contato com algum organismo “agressor” nosso sistema imunológico entra em ação para combater esta ameaça. No câncer, isto também ocorre. Infelizmente, a célula maligna encontra maneiras de “driblar” nossa imunidade. A imunoterapia é uma modalidade terapêutica promissora principalmente pela eficácia e pelo potencial de ação em diferentes tipos de tumores, pois pode “ensinar” nosso corpo a combater o câncer. Devido sua relevância atual, tem se tornado um dos temas mais importantes em oncologia.
No câncer de mama, a imunoterapia foi aprovada inicialmente para os tumores triplo negativo: em virtude da sua maior agressividade, apresenta uma elevada intensidade de alterações genéticas. Devido a este motivo, o sistema imunológico estimulado pelos agentes imunoterápicos reconhece mais facilmente e ataca de forma intensa essas células tumorais em específico. Já há imunoterapia aprovada no Brasil para tratamento do cancer de mama avançado (atezolizumab).
Mais recentemente, alguns estudos avaliaram o papel da imunoterapia no câncer de mama inicial através de tratamento neoadjuvante (antes da cirurgia). O uso do pembrolizumab demonstrou aumento das taxas de resposta patológica completa nos tumores triplo negativos. Possivelmente, nos próximos anos, observaremos a encorporação deste arsenal com mais frequência no tratamento do câncer de mama, já que as taxas de resposta patológica estão associadas a melhor prognóstico.
O perfil de efeitos colaterais da imunoterapia difere daqueles tradicionalmente causados pela quimioterapia, sendo de uma forma geral mais bem tolerados. A intensidade dessa toxicidade pode variar desde alterações leves como simples sintomas gripais, até reações inflamatórias mais intensas em órgãos como tireoide, fígado e pulmão por exemplo. Estas reações podem ser identificadas precocemente e tratadas de forma eficaz pela equipe médica.